terça-feira, 22 de março de 2011

ÊXTASE


ÊXTASE (Anibal Werneck &Armindo Torres) Sempre quando vejo você passar por mim, / Não fico no passado, nem dentro do presente. / Esqueço do futuro e ponho-me a pensar: / Homens da caverna brotam na minha mente, / Discos-voadores no solo lunar, / Seres esquisitos acenando pra mim, / Luzes visões estranhas no céu e no mar, / Nem sei qual o princípio, nem qual será o fim. / Você me invade todo o corpo, / Enche-me o tempo de ilusões, / Às vezes penso até que morro, / Você me causa frenesi, / Até parece ÊXTASE!

Gravação de 2006.
Voz & Violão, Anibal Werneck. 

O êxtase aqui não é a droga, é a mulher amada que leva o seu apaixonado às nuvens, faz o pobre coitado no bom sentido ver coisas, se sente abduzido, vilipendiado pelo feitiço da paixão, em outras palavras, abestalhado mesmo, é a força do amor que arrebate qualquer um. 

GERAÇÕES DE GIRASSÓIS


GERAÇÕES DE GIRASSÓIS (Anibal Werneck & Celso Lourenço) Os sinais nos caminhos que brotam em minha mão. / Esperanças que escorrem no meu coração. / São seres elementais atravessando meus portais, / São olhares de querubins, fontes pequenas de mim. /  Doces cantigas de fé vingando nas manhãs. / Arquitetando castelos, jardins de maçãs. /  Na voz deste cantar, descortinando todo o amor / Num mundo de mil sóis nas lições dos girassóis. / Gerações de girassóis, gerações de girassóis, / Gerações de girassóis, gerações de girassóis.

No vídeo, Anibal Werneck, o autor da melodia na letra de Celso Lourenço.

É um jardim de girassóis descortinando dentro da gente quando viajamos à procura da felicidade, se ela não acontece do lado de fora, a arte da poesia e da música nos faz sentir melhor, compensando assim esta falta que a realidade sempre nos proporciona, por isso mesmo, o poeta então viaja pelo mundo da fantasia entre duendes e fadas, num mundo encantado que existe dentro de cada um de nós e, que, só a arte pode mostrá-lo a nós, pobres mortais.

sexta-feira, 18 de março de 2011

TERRA MÃE



TERRA MÃE (Anibal Werneck de Freitas) Barquinhos de papel nas poças de chuva flutuavam. / Biloscas e esferas nas búlicas rolavam e caiam. / Cavalos de cabo de vassoura pelos morros cavalgavam. / Carrinhos de tijolo nas estradas nos montes de areia corriam. / Sábados, domingos, gibis, Zorro, cinema passavam. / Papagaios de manivela o céu azul cortavam. / Peões e carrapetas pelo chão rodopiavam. / Bolas nos campinhos as peladas animavam. / E meus sonhos de menino nestas coisas / Uma resposta pro futuro buscavam. / E meus sonhos de menino nestas coisas / Uma resposta pro futuro buscavam.

Gravação, 1986.
Registro 50322, Livro 15, UFRJ, 26/04/1989. 

A gente quando é criança tem sempre a morte à distância, é algo que não nos diz praticamente nada, coisa pra depois, o tempo parece estagnado, a sensação de que tem muito tempo pela frente é constante, enfim, o momento mais feliz do ser humano, a melhor idade, dedicada especialmente às brincadeiras, é isso aí.

SE QUER AJUDA...



SE QUER AJUDA... (Anibal Werneck de Freitas) É tempo, tempo que a dor derradeira virá, / Correram meses sem se quer ajuda terá. / Se quer ajuda de alguém saiba a cena, / Se quer ajuda de alguém lute e acena. / Cena, acena, depressa, suplica, figa. / Tal a tristeza no fundo do peito fica. / Se quer ajuda de alguém, sobe a vela, / Se quer ajuda de alguém, deixe a cela, / Se quer ajuda de alguém, saiba a cena / Se quer ajuda de alguém, acenará... / Sumiram meses por anos afincos juntos / E o seu pranto jorrará frente a muitos / Se quer ajuda plante este conselho, / Se quer ajuda, mete o bedelho. / Veja se anda sem se quer ajuda e verá, / Veja se anda por experiência e verá. / Se quer ajuda de alguém, sobe a vela, / Se quer ajuda de alguém, deixe a cela, / Se quer ajuda de alguém, lute e acena / Se quer ajuda de alguém, saberá... / Cena, acena, depressa, suplica, figa. / Tal a tristeza no fundo do peito fica. / Se quer ajuda de alguém, saiba o pranto, / Se quer ajuda, mete o cantar, / Se quer ajuda de alguém, saiba o tanto, / Se quer ajuda de alguém, achará... / Achará... achará... achará...

Gravação, 1986.
Registro 50319, Livro 15, UFRJ, 26/04/1989.

Devemos sempre ajudar o próximo, todavia não é o que normalmente acontece, falar é fácil, difícil fazer, a letra da música sugere isso, é a pretensão do autor. 

segunda-feira, 14 de março de 2011

O LIVRO CEGO


O LIVRO CEGO (Anibal Werneck & Gildo Pereira) Que tenho eu para dar aos homens / Que lhes possa preencher / O triste vácuo do interior? / Minha ‘cegueira’, acaso, lhes seria útil? / Por ventura eu os conseguirei levar / A mergulhos em si mesmos? / Que palavras mágicas balbuciariam meus lábios / E em que estado eu os poderia colocar / A fim de ouvirem eles os sons de si mesmos?! / Não se consegue fazer nos homens / O que neles eles não querem fazer. / Não se consegue fazer nos homens / O que neles eles não querem fazer. / Que tenho eu para dar aos homens / Que lhes preencha / O triste vácuo do interior. / Um livro cego, um punhal cego, / O triste e cego eu interior / Que reclama oculista. / O livro, o punhal, / O eu cego – o caminho. / O livro, o punhal, / O eu cego – o caminho. / O livro, o punhal, / O eu cego – o caminho. / Não se consegue fazer nos homens / O que neles eles não querem fazer. / Não se consegue fazer nos homens / O que neles eles não querem fazer.

Voz & Violão: Aníbal Werneck  de Freitas
MAR DE MORROS, álbum musical de Anibal, 1998.

Segundo o autor da letra, mudar a ideia de um homem é quase que impossível, ele, o autor, se sente incapaz de fazer tal proeza, falta-lhe conteúdo para tal, por outro lado, Quem sou eu para executar esta tarefa?, os religiosos tentam esta façanha, não sei se conseguem realmente.

quarta-feira, 9 de março de 2011

MINAS MINAI!


MINAS, MINAI!  (Anibal Werneck de Freitas) Do alto do morro / Uma igreja do século XVIII / Confirma o passado. / Quantas vidas , / Quantas mortes / Passaram por aquelas pedras / De um tempo pisado.  / Vale a pena viver? / Vale a pena a morrer? / O silêncio é a única resposta? / As casas antigas ficaram / Como se quisessem deixar / Seus fantasmas à mostra. / Minas Gerais, / Respeite seus mortos! / Minas Gerais, / Busque seu mar! / Minas Gerais, / Solte seus portos! / Minas Gerais, / Respire seu ar! / Minas minai! / Minas minai! / Minas minai! / Minas minai! 

Anibal, voz, teclado e violão, 1995.

Minas Gerais é um grande Estado, mas ainda precisa crescer, principalmente no norte e nordeste.
Erigida pelas mãos dos escravos, Minas precisa retribuir aos negros o que lhes foi tirado, no entanto, a coisa continua em banho maria, por isso, Minas precisa minar, precisa inventar algo, todavia, isso não vi ainda em nenhum Governo, deste modo, fica aqui o meu grito, Minas, minai!

 

sexta-feira, 4 de março de 2011

CAMINHADA


CAMINHADA  (Anibal Werneck - Armindo de Castro)  Que estrada grande, / Que gente heróica. / Fôlego de amante / E vontade estóica. / Lá no fim da estrada / Dizem ter u’a mina. / Sede saciada / Pra frente menina! / Que estrada grande, / Que gente heróica. / Fôlego de amante / E vontade estóica. / Mas não fica aí / Sua caminhada, / Nem fique aqui / Sonhando acordada. / Que estrada grande, / Que gente heróica. / Fôlego de amante / E vontade estóica. / A verdade existe / Tenha isso em mente. / A miséria agride / Bem na sua frente. / Que estrada grande, / Que gente heróica. / Fôlego de amante / E vontade estóica.


Flauta & Voz: Anibal Werneck.
Cítara & Voz: Celso Lourenço.
Percusao em casca de coco: Anibinha (5 anos)
LATINOS GERAES, álbum musical de Anibal lançado pelo autor em Recreio/MG, 1989.


A caminhada é longa, e o nosso povo parece desiludido para caminhar, principalmente o da área urbana, talvez o insucesso dos campesinos, sempre coagidos pelas autoridades políticas combinadas com os ricos fazendeiros sob um apoio sorrateiro do Governo que se diz da esquerda, será isso?

METABOLISMO


METABOLISMO  (Anibal Werneck - Armindo de Castro) Sentado no vaso / Penso no que tenho feito. / Repenso o que faço / E sem nenhum preconceito / Encaro meus revezes. / Este meu metabolismo / É natural, e transcendente / Cheio de fé e realismo, / Idéias más tiro da mente, / Respiro outras que não fezes. / Era uma vez um menino / Que correu, cresceu, foi fundo. / Casou-se com o sonho feminino / E tinha uma outra idéia do mundo, / Mas se esqueceu de abrir a porta. / Esta história de amor piegas / Não pode encobrir a fome / Que grassa sem graça / Neste país sem nome. / Sem desprender as pregas / Deste sentimento sentimental, / Sem deixar de acordar / O que é natural: / Fazer a revolução pra mudar / E um outro amor procurar.

Voz: Anibal / Violão Ovation: Aníbal / Guitarra Sonic: Celso Lourenço. / Percussão: Anibinha.
LATINOS GERAES, álbum musical de Anibal lançado pelo autor em Recreio/MG, 1989.

quinta-feira, 3 de março de 2011

EI, ESPERE!


EI, ESPERE! (Anibal Werneck & Armindo Torres) Ei, espere! / Não fuja assim de mim. / Que sei / Não ser de paz sua morada. / Pare! / Olhe a vida. / Não fique assim triste e abatida. / Não veja a sorte terminada. / Firme a vontade no que pensa. / Forje sua mente na brandura / E ganhe crença. / Busque no fundo de si mesma / Força maior no que procura. / Ganhe valor, creia em si própria. / Tire do amor a doce cópia / De uma existência que se cria, / Sem ter no peito uma tristeza / E prove os frutos da alegria. / Ei, espere! / Não fuja assim de mim. / Que sei / Poder sentir o que imagina. / Ei, espere, espere menina! / Ei, espere, espere menina! / Ei, espere, espere menina! / Ei! 


Voz, Violão & Teclado: Anibal Werneck  de Freitas.
MAR DE MORROS, álbum musical de Anibal lançado pelo autor em Recreio/MG, 1998.

SEM SEXO, SEM NEXO


SEM SEXO, SEM NEXO (Anibal Werneck & Armindo Torres) Quando não houver mais sexo / Talvez você tenha o poder de perdoar / Assim como teve o poder de se infiltrar no meu mundo / Sem licença reativando em mim todas as crenças. / Quando não houver mais sexo / Talvez você sinta a minha sensibilidade / E não se assuste por eu um dia / Ter pensado em exclusividade. / Quando não houver mais sexo / Talvez ouça a minha voz no seu ouvido / Dizendo que você é a mais importante / E a faça entender toda a magia dos instantes. / Quando não houver mais sexo / E a idade a sufoque / Talvez você sinta a fragilidade das pessoas / E não abuse de nenhum homem / Por ser mulher e ser mais forte. / Quando não houver mais sexo / Talvez você se lembre da minha cabeça e dos meus intentos / E sinta que poderíamos envelhecer juntos / Mas aí talvez descubra: Não há mais tempo.

Gravação de 1996.

SAUDADE NÃO SEI DE QUÊ?


SAUDADE NÃO SEI DE QUÊ? (Anibal Werneck & Armindo Torres) Quando eu vejo um piscar de emoções. / Quando eu sinto um fisgar de ilusões. / Quando eu penso num roçar de opiniões. / E a saudade chega então com seus senões. / Que saudade é esta? / Eu não sei responder. / É saudade de festa. / Festa não sei de quê? / Quando eu vejo um trincar de paixões. / Quando eu sinto um fingir nas ações. / Quando eu penso mal pensar dos patrões. / E a saudade põe então suas razões. / Que saudade é esta? / Eu não sei responder. / É saudade de festa. / Festa não sei de quê?

Voz, Violão & Teclado: Aníbal Werneck  de Freitas / Violão Ovation: Celso Lourenço.
MAR DE MORROS, álbum musical de Anibal lançado pelo autor em Recreio/MG, 1998.