domingo, 10 de junho de 2012

sombuque 32, trilhos tortos, anibal, 1990 / trilhos tortos


1990, na capa deste álbum musical nº 32, uma máquina vaporenta vindo em sua direção, trilhos tortos é a música carro-chefe, é uma composição musical retratando a vida do maquinista nas mãos dos donos da ferrovia.
segundo o meu pai antonio hygino, que trabalhou na época em que os ingleses eram donos da estrada de ferro leopoldina [the leopoldina railway], o maquinista não valia nada em relação ao trem de ferro, que custava muito dinheiro e, quanto ao maquinista, era só colocar outro no seu lugar.
as demais composições desta coleção são referentes à contemplação anímica latino-americana, tirando ‘catadeiras de café’ que é um protesto contra o racismo.

as composições são,

294 – trilhos tortos [aníbal werneck de freitas]
295 – catadeiras negras [aníbal werneck de freitas]
296 – doce paixão [aníbal werneck & celso lourenço]
297 – pé de moleque [aníbal werneck & celso lourenço]
298 – o sal da idade [aníbal werneck & celso lourenço]
299 – sou latino americano [aníbal werneck & celso lourenço]
300 – é por isso que eu digo, [aníbal werneck de freitas]





trilhos tortos (anibal werneck de freitas) uma verdade vem de lá do barracão, / dos trilhos velhos que permeiam a solidão. / esta verdade é o sino forte que bateu / no coração do maquinista que morreu. / o maquinista de boné e de emoção, / levava o trem e suas famílias na mão. / num momento da curva se esqueceu, / felicidade descarrilhou dentro do seu eu. / meio às ferragens e à densa escuridão / o maquinista viu a dor e assombração. / um dinossauro de ferro o trem ergueu, / já era tarde, o maquinista morreu. / dormentes, trilhos tortos, confusão. / e os ingleses, donos da situação: / "trem de ferro é muito longe pra buscar / e o maquinista é muito fácil de encontrar". / dormentes, trilhos tortos confusão. / e os ingleses, máquina, preocupação: / "trem de ferro é muito caro pra comprar / e o maquinista bota outro no lugar". / meio às ferragens e à densa escuridão / o maquinista viu a dor e assombração. / um dinossauro de ferro o trem ergueu, / já era tarde, o maquinista morreu. / morreu, morreu, morreu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ME DEIXE MUDO (Walter Franco)