terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O NOSSO NOSSO


O NOSSO NOSSO (Anibal Werneck de Freitas) Talvez um dia quem sabe? / Algo saia do meu / E exploda forte / Dentro do seu. / E assim fazendo com quê / O meu e o seu / Se transformem numa vida / Sem partilha. / E quando isto acontecer / O meu meu deixará de ser meu. / E quando isto acontecer / O seu seu deixará de ser seu. / Resultando assim / O nosso nosso, nosso nosso, nosso!

Esta melodia nos lembra os bailes antigos, onde o romantismo predominava, os casais dançavam coladinhos, o traje era a rigor, as damas com seus vestidos suntuosos, a orquestra com o seu devido uniforme, dançarinos com o seu show na pista, tudo era como num conto de fadas, tudo isso, somente para os brancos, porque o negro, mesmo com o traje a rigor, era, vergonhosamente, barrado na entrada do salão, o pau quebrava, mas não adiantava nada, quantas vezes eu presenciei isso, não tenho a conta e, deste modo, o baile ia noite adentro.

Música registrada sob o nº 62.897, fls. 058, livro 18,
ESCOLA DE MÚSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO,
20 de Novembro de 1990.

anibalwerneck@gmail.com

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