SERRA DAS VIRGENS (Anibal Werneck - Armindo Torres) É um sentimento que não tem, não tem mais fim. / Quando ele chega toma posse dentro em mim / E fica comigo, comigo. / Como um verdadeiro amigo. / Eu me deixo então me seduzir e me levar / Para um paraíso lindo divinal lugar / Na Serra das Virgens, das Virgens, / Vou em busca das origens. / Lá não há tristeza, lá não há a diferença. / Lá existe paz, muito amor e uma só crença, / Um culto à beleza e a busca dos estetas. / Todos afinados qual se fosse uma orquestra / Em busca daquilo que cá fora é muito raro, / Som inigualável do que sempre nos foi caro. / Essência total da verdadeira amizade, / Paz interior, ternura e tranqüilidade. / Oh! Quando passo nas montanhas / Cá dentro das entranhas / Brota algo muito puro, / Muito belo e sincero. / Eu me deixo então me seduzir e me levar / Para um paraíso lindo divinal lugar / Na Serra das Virgens, das Virgens, / Vou em busca das origens. / Vou em busca das origens. / Vou em busca das origens.
Com a chegada da variante asfaltada de Recreio até à Rio-Bahia, o encanto da Serra das Virgens foi anulado para a maioria. Hoje, poucos desfrutam deste paraíso, no meu tempo de menino, quando viajava de ônibus com meus pais para Leopoldina, a travessia da serra era uma verdadeira aventura, a estrada de chão, cheia de pedras e estreita, sacolejava o veículo de tal forma que assustava os passageiros até no ponto mais alto, daí pra frente, o medo era superado pela vista magnífica, descortinando uma beleza sem par das montanhas ao longe, formando uma cena cinematográfica, dava a impressão de que estávamos acima delas, ou melhor, das nuvens que as cobriam, sem exagero, isto era o que todo mundo sentia nas Serra das Virgens.
Fonte:
CD da fita K7 NÓS / TREM NOTURNO,
lançada pela Editora Radiante do Jornal de Recreio, em 1996.
Voz, violão e teclado, Anibal Werneck de Freitas.
anibalwerneck@gmail.com
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